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Programa de Exposições Galeria Ibeu 2016 - Resultado Final



Em conformidade com o Edital do Programa de Exposições Galeria Ibeu 2016, a Comissão Cultural do Ibeu torna público o conjunto de artistas selecionados para integrar a programação da Galeria de Arte Ibeu no período de março de 2016 a março de 2017. Dentre 207 projetos inscritos, a Comissão Cultural selecionou os seguintes:


Anna Paola Protasio
Bruno Belo
Julia Kater
Leandra Lambert
Manoel Novello
Marina Fraga
Pedro Tebyriçá


A Galeria de Arte Ibeu agradece a todos os inscritos!
Entraremos em contato com os selecionados em janeiro de 2016.


O Brilho do Bronze - Tatiana Chalhoub



Galeria Ibeu apresenta O Brilho do Bronze, exposição individual de Tatiana Chalhoub 
A artista foi uma das premiadas do Salão de Artes Visuais Novíssimos 2014

Abertura: 20 de outubro de 2015 (terça-feira), às 19h
Exposição: 21 de outubro a 13 de novembro, de segunda a sexta, de 13h às 19h

Edital Galeria Ibeu 2016



Confira o Edital e participe!

Clipping Antes da Última Queima

http://terremoto.mx/antes-da-ultima-queima/




Antes da última queima - Texto de Cesar Kiraly para a exposição individual de Raquel Versieux








Antes da Última Queima


§ A enfermidade tem disso, como numa cidade invadida, em que todos os que podem e são aceitos se encaminham para uma região mais alta e fortificada, ela faz com que o corpo recue. Seja lá a geografia do ponto de preservação, a estranha novidade percebida pelos que lá foram aceitos, é que, supostamente, se pode ver tudo perfeitamente. Mas o quê? Os invasores e seus barcos ainda chegando – ou mesmo a imaginação de por onde eles poderiam subir –, as ruas e seus desenhos, até mesmo o segredo das casas. Se não forem mortos na invasão, se a resistência for bem sucedida, algo é certo. Nada será como antes. Ao voltar para a vida baixa, um pedaço desses homens nunca retorna, eternamente sobreviventes se perceberão por essa perspectiva antiga. Uma febre, uma paixão, uma quase morte etc.

§ Esse fenômeno, de forma genérica, é chamado de consciência. Talvez porque no retorno os sobreviventes pensem: ‘poxa vida, eles nos viam’. Se dão conta de que aqueles que viam tinham consciência de tudo o que passava. O que é emblemático é que alguém via o que muitos nem imaginavam que poderia ser assim. Isso poderia ser tomado como muito simples, mas basta percebermos que, dependendo da complexidade da cidade, ou de como é quase impossível prever a consciência, resta a ela se mostrar de modo acidental ou se regionalizar por problemas. Há essa consciência ‘de cima’ e outras tantas ‘de baixo’.

§ Há algo que ‘as consciências’ compartilham. Digamos que quando a coisa fica difícil, no momento em que parece que a cidade será tomada, que a doença vai nos matar, se se espraia a opinião de estarmos desenganados, a consciência se convence de sua especialidade. Ela passa a achar que é outra coisa que não a cidade, na enfermidade, que é um outro tipo de corpo, ou que nem corpo é. Isso também dá estrutura para o convencimento de que todas as consciências, na verdade, dividem um núcleo e este território cosmopolita permitiria se falar d’A consciência.

§ A consciência seria a evidência de uma efetiva vaso comunicação entre regiões sitiadas, mais ainda, que tal só é possível porque essas localidades compartilham uma natureza especial, só delas. Se a matéria só guarda perspectivas, a consciência teria a chave das perspectivas, o código de decifração dos perspectivismos. Uma outra característica, compreensível ao moribundo e à cidadela sitiada, é que tal região que se convence ser consciência comunicável por dutos subterrâneos, toma-se como o fim. O fim em muitos sentidos. Como o lugar para onde todos devem rumar no caso de uma invasão, o alto do monte para os elefantes, onde todos devem se preservar no caso de enfraquecimento do corpo, a direção certa para todos que querem sobreviver ou o modo de prolongar a vida, se for o caso de sabê-la condenada. Mas também o fim não como direção, mas como término. Os habitantes sitiados decidem dizer quando tudo acabou.

§ A princípio não há problema algum. Podemos perceber: ‘pronto, acabou, precisamos encontrar outra coisa para fazer’. Não é bem assim. Quando alguém encontra o fim, não só passa a existir a hipótese da separação entre a mente e o corpo ou entre o dentro e fora, mas todos os esforços são conduzidos pela manutenção do fim. Já sabemos o que acontece depois do fim. Depois do fim é a produção dos efeitos ocasionados por perseguirmos o fim até o fim. Depois do fim é apenas o fim. Por essa razão, essa não é a última queima, mas a que a precede. A que pode nem acontecer.

§ Se nos persuadirmos do fim, tudo no nosso corpo que rivaliza com a consciência é tomado como doença e todos aqueles que chegam na cidade são inimigos. Mesmo invadidos podemos nos misturar entre os visitantes, não nos escondermos no lugar mais alto, não termos condição de dizer quem é amigo e quem é inimigo, e mantermo-nos num buraco qualquer, onde os passantes seriam todos muito parecidos. O pior que pode acontecer a um corpo ou a uma cidade é que a novidade se comporte como fim, porque se assim for seremos tomados como inimigos e tudo o que poderemos fazer é suplicar não haver depois do fim, mas tão somente véspera.

§ Duas operações do pensamento. As distinções, mostrar as diferenças. Ou todas as coisas em todas as coisas. No fim, na decifração suposta de todas as perspectivas, de suas lógicas, todas as coisas estão em todas as coisas. Mas há uma característica marcante desse estado: não há regra. Mesmo depois do fim, tudo é fim e tal não pode ser transgredido. Apenas com regra há transgressão. Se todas as coisas são distintas é como se encontrá-las fosse atividade fútil. Então há uma terceira opção: algumas coisas estão em algumas coisas. Esta é a operação antes da última queima, algo que se dá no ontem e não no amanhã. É preciso descrever o mundo com atenção, para perceber como se ligam os incidentes, mostrar as regras das lógicas desencavadas.





§ Para isso, Versieux acrescenta esculturas tubulares que passam a fazer companhia à coluna do espaço. Como se pode desconfiar, como uma pedra da Gávea, a coluna já estava lá, a questão é explorar uma outra solução à presença que não apenas ignorar ou destruir. Ignorar é muito comum e destruir é imprudente, posto que não se trata de uma coluna qualquer, mas uma de sustentação. As grandes esculturas de carvão e gesso se disfarçam à imagem do sólido irremovível, de modo mais orgânico do que uma simples casa construída em volta de uma árvore. Uma estranha máquina abstrata começa a operar. Daí este vértice, que atravessa e serve de esqueleto a todo o edifício, passa a servir de índice analógico a percorrer o mundo. Sim, por sua ereção, mas sobretudo pela quase interminável previsibilidade de combustão dos materiais. Na pilha de pneus ou nas faltas do acostamento etc. O concreto, resolvido que é em si mesmo, lembra-se das matérias imaturas como o carvão e a borracha a sempre preverem uma próxima queima.

§ Versieux busca a relação de algumas coisas com outras, sob regras, todas as coisas podem ser ligadas a todas as coisas, mas derivam de trabalho atento da imaginação. A imaginação se depura descrevendo. Daí se faz capaz de encontrar vínculos consistentes. A coluna de sustentação encontra nas outras de carvão e gesso como que pistões de locomotiva. É para todo o edifício se encher de fumaça como uma máquina a vapor a cuspir fuligem. Versieux deseja instituir a beleza vista por Zola nas máquinas, exibida sobretudo no Germinal. O prédio realiza com seus pistões o movimento irradiado pela coluna, apenas frustrado por não lhe sobrar espaço. No Germinal as máquinas e os homens compartilham uma natureza mais propícia às máquinas, as máquinas estão pretas, os homens estão pretos, o pescoço da burguesa guarda as marcas das mãos pretas sobre pele rósea, os pulmões dos homens pretos, pelo carvão inalado. Há algo de grandioso nessa força inorgânica que encontra cumplicidade em nós. A vida é branca de página alva da disponibilidade e a imaginação é negrume de instituição de forma e traços. Busca-se, então, algo depurado. Que o branco se indisponibilize, entregando as cores que agrega, o preto se disponibilize, de modo a deixar de ser não, para ser cor também. Zola, imagino, queria o glorioso dos nossos pulmões feitos em pedra a nos fazer cuspir sangue. Versieux nos oferece uma melancolia não tão dura. Ora, seria enganoso tomar o ontem menos rigoroso do que o fim, a diferença entre um e outro é a má consciência que nasce do saber suposto, os falsos inimigos, a pretensa guerra contínua etc. Assim, a fuligem que merecíamos para completar nossa metamorfose carvoeira, torna-se em manchas negras sobre o sólido. Se a melancolia é mais doce, isso não quer dizer que ela não tenha formas de nos seguir até em casa, aos nossos sonhos, o evitamento de encarar a fuligem nos põem perseguidos por uma espécie de pós-negrume e pós-fuligem. Trata-se não dos micro fragmentos do carvão consolidando a mineralidade dos pulmões, e sim micro fragmentos de imagem de carvão a trocar de lugar com partes do nosso corpo, compondo-se com aquelas de gesso. Os pistões do edifício se tornam pilhas de pneus, encarvoadores de corpos, em momentos bárbaros de nossa sociabilidade, mas também porque ninguém nos objetaria que a borracha, para além do negrume, é um tipo de carvão. No contexto, também seria fácil aceitar, com toda crítica possível, que o negro é usado como um misto de carvão / borracha, com todo o malefício de tal tipo de queima.

§ Para os que pedem uma nova esperança, ao desespero de se pular direto para depois do fim, Versieux nos propõe passar por uma terapia do escuro, passar por ele para encontrar a tranqüilidade. A felicidade se faz possível só depois de uma grande volta, na qual o que se aprendeu foi suportar a ver sem o álibi da insensibilidade. É preciso entender o calor do frio, para habitar os desafios do ontem. Há tanta coisa para fazer, tantas imagens para entender, tanta dor para exumar, que perder tempo se tornando apenas frio, com todo frio que há no mundo, é inadmissível. Uma nova esperança é apenas o nome de uma fábrica de cimento. A transformação é tão confiável quanto a queima do eucalipto. Por isso o mérito dessa exposição em não tergiversar por caminhos que não a terapia no escuro, do escuro. Ao invés da pregação do fim, a dura pergunta: quão distante, a partir da véspera, tem que ser para ser futuro? Apenas sustentando essa questão nos será possível caminhar pela noite como se deve.


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Cesar Kiraly é professor de Estética e Teoria Política no Departamento de Ciência Política da UFF. Atua como curador da Galeria IBEU e como editor do Caderno-Revista de Poesia 7faces. Autor, dentre outros, do livro Ceticismo e Política.         

Raquel Versieux - Antes da última queima



A galeria de arte do IBEU convida para a individual de Raquel Versieux. Nesta, ela acrescenta esculturas tubulares que passam a fazer companhia à coluna do espaço expositivo. Como se pode desconfiar, como uma pedra da Gávea, a coluna já estava lá, a questão é explorar uma outra solução à presença que não apenas ignorar ou destruir. Ignorar é muito comum e destruir é imprudente, posto que não se trata de uma coluna qualquer, mas uma de sustentação. As grandes esculturas de carvão e gesso se disfarçam à imagem do sólido irremovível, de modo mais orgânico do que uma simples casa construída em volta de uma árvore. Uma estranha máquina abstrata começa a operar. Daí este vértice, que atravessa e serve de esqueleto a todo o edifício, passa a servir de índice analógico a percorrer o mundo. Sim, por sua ereção, mas sobretudo pela quase interminável previsibilidade de combustão dos materiais. Na pilha de pneus ou nas faltas do acostamento etc. O concreto, resolvido que é em si mesmo, lembra-se das matérias imaturas como o carvão e a borracha a sempre preverem uma próxima queima. ‘Antes da Última Queima’ nomeia esta individual.

(por Cesar Kiraly)


Herança Compartilhada - Exposição Fotográfica

Galeria Ibeu convida para a Exposição fotográfica “Herança Compartilhada”, com 22 fotografias de artistas brasileiros e norte-americanos que apresentam as semelhanças e contrastes da formação cultural de Brasil e Estados Unidos

Abertura: 28 de MAIO de 2015 (quinta-feira), às 18h 
Com visita guiada com o curador João Kulcsár

Exposição: 29 de maio a 26 de junho de 2015
(segunda a sexta, de 13h às 19h)



  
A Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil levará à Galeria de Arte Ibeu no Rio de Janeiro e mais nove cidades de sete estados do Brasil a exposição “Herança Compartilhada”, com fotos dos festivais que resultaram no livro de mesmo nome lançado em 2013 em parceria com o Sesc SP e o Senac SP.  Na Galeria Ibeu (RJ) a exposição terá início no dia 28 de maio, é gratuita, e ficará na cidade por um mês. Ao todo são 22 fotografias tiradas por fotógrafos brasileiros nos EUA e fotógrafos norte-americanos no Brasil.

O festival “Herança Compartilhada” foi realizado nos anos de 2005, 2007, 2010 e 2011, pelo Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, em parceria com Sesc SP e Senac SP. Através de uma série de exposições, seminários, workshops e palestras, grupos de intelectuais, brasilianistas, estudantes e fotógrafos discutiram as semelhanças e os contrastes da herança cultural de Brasil e Estados Unidos, a partir da presença de indígenas, africanos, europeus e de recentes movimentos migratórios nos dois países.

Em 2013, o Consulado, a Editora Senac São Paulo e o Sesc São Paulo lançaram o livro homônimo que, organizado por Matthew Shirts e João Kulcsár, reúne seis artigos de autores brasileiros e norte-americanos, que analisam, sob diferentes ângulos, as formações culturais de Brasil e Estados Unidos.

As imagens presentes na exposição, de fotos históricas selecionadas dos acervos do Ellis Island Immigration Museum - Nova York e do Memorial da Imigração - São Paulo; e de fotos contemporâneas selecionadas a partir do intercâmbio de fotógrafos durante cada festival, foram escolhidas de modo a incentivar a discussão sobre assuntos comuns aos dois países, relacionados às populações indígenas, aos afrodescendentes e à imigração.

Este primeiro ciclo de itinerância da exposição, com início em abril de 2015 e término em junho de 2017, contempla as cidades de Marília (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campinas (SP); Vila Velha (ES); Recife (PE); Uberaba (MG); São Luís (MA); São José dos Campos (SP); Salvador (BA) e Viçosa (MG).   

Serviço
Evento: Exposição fotográfica “Herança Compartilhada”
Local: Galeria de Arte Ibeu – Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 690 / 2º andar
Abertura: 28 de maio de 2015 (quinta-feira), 18h – Com visita guiada com o curador João Kulcsár
Funcionamento: 29 de maio a 26 de junho, de 2ª a 6ª, de 13h às 19h
Entrada gratuita

Texto de Fernanda Lopes para a Individual de Paula Scamparini

É quase impossível se manter indiferente ao ver, ler ou ouvir os fragmentos de histórias que Paula Scamparini apresenta nesta exposição. 3amargem reúne trabalhos realizados entre 2012 e 2015 – todos inéditos na cidade – dando continuidade à pesquisa que a artista vem desenvolvendo, estruturada a partir de investigações acerca da palavra como objeto, espaço, imagem e som. A exposição é um convite da artista para olhar, ler, ouvir. Ou melhor, para olhar a partir de outro ponto de vista, ler de outra maneira, ouvir de novo. Ficção e realidade se misturam propositalmente em fotografias, textos (escritos ou falados), instalação, para nos chamar atenção não para o que está ali dentro e que vemos com absoluta clareza, e sim, para o que está justamente fora, para o que parece invisível ou esquecido. É o espaço que abriga e circunda seus objetos, o mesmo que nos abriga e circunda, que interessa à artista. Mas não aquele que pensamos que já conhecemos e nem aquele que estamos vendo pela primeira vez, e sim aquele que reencontramos, que olhamos de novo para descobrir ali algo que não vimos antes. Aquele que fica entre o que já acreditamos estar totalmente apreendido e aquele com o qual travamos contato pela primeira vez. Aquele que fica na terceira margem, que redescobrimos a cada novo encontro, muitas vezes pelo olhar do outro.

E aí, a grande janela da sala de exposições da Galeria Ibeu se transforma em uma grande tela de cinema. Olhando para fora, vemos dezenas de janelas e dentro de cada uma delas uma história diferente. Sejam aquelas que por ventura assistimos se desenrolar diante dos nossos olhos, sejam aquelas que começamos a construir na nossa cabeça a partir das pistas que percebemos (cor da cortina, detalhes de decoração etc...), ou sejam ainda aquelas que nos invadem o pensamento, como lembranças que encontram o caminho de volta a partir de alguma coisa que vemos ou ouvimos. Olhar para cada uma delas é também como olhar um espelho. Não importa se são a mais fantasiosa ficção ou a mais dura realidade. É quase impossível se manter indiferente. Ou pelo menos deveria ser.


Fernanda Lopes
Fevereiro, 2015

2015 | Paula Scamparini - 3amargem


No dia 2 de março será aberta a individual “3amargem”, de PAULA SCAMPARINI, artista selecionada através do edital do Programa de Exposições Ibeu. A mostra, com curadoria de Fernanda Lopes, acontece na Galeria de Arte Ibeu e está aberta à visitação de 3 de março a 17 de abril, das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, na Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar. A entrada é franca.

Em 3amargem, Paula Scamparini reúne um recorte da sua produção recente na Galeria IBEU. A mostra apresenta trabalhos realizados entre 2012 e 2015 – todos inéditos na cidade – dando continuidade à pesquisa que a artista paulista, radicada no Rio de Janeiro, vem desenvolvendo, estruturada a partir de investigações acerca da palavra tornada objeto, espaço, imagem e som.

Com fotografias de instalações, e uma instalação pensada para o espaço da Galeria IBEU, a artista propõe diferentes situações ao visitante, incorporando aos lugares por onde passou em residência na França a Copacabana, vista pela ampla janela do espaço expositivo. O bairro é motivo de sua instalação inédita, que propõe três margens a partir das relações internas ao trabalho, o contexto expositivo e o público. Com individuais na Alemanha, Portugal e Áustria, 3amargem é a primeira exposição individual de Paula Scamparini no Rio de Janeiro e foi um dos sete projetos premiados no Edital de Exposições do Ibeu 2014.

Paula trabalha a partir do conceito de paisagem construído sobre os pilares homem, natureza e cultura. As infindáveis relações a serem estabelecidas entre estes pilares, e sua percepção exploratória desta construção, a permitem utilizar tal termo como dispositivo de seus trabalhos.

Ao se deslocar muitas vezes para realizar projetos, suas ações se dão sempre a partir do contexto expositivo, não somente espacial, mas muitas vezes cultural.

A linguagem, elemento central da cultura e definidor do humano, aparece com frequência nas suas tentativas de estabelecer trocas entre o que se manifesta em determinado contexto e a interação da artista com este.


Nesta mostra previu-se mostrar trabalhos fotográficos de instalações realizadas em 2012 na França, durante um de seus deslocamentos voltados para a criação. Se na França o processo de trabalho fora solitário e as palavras exigiram tomar os espaços da cidade, no Rio de Janeiro, as múltiplas falas tomam o espaço expositivo e seus arredores. Acresce-se às fotografias, portanto, uma instalação inédita para a Galeria IBEU, que conta com os elementos familiares à artista – a linguagem escrita, o papel – mas que ganham a presença da mesma linguagem, porém falada, através de transmissão de áudio. A montagem na galeria convida os presentes a olhar para esta paisagem: a Copacabana que a grande janela do espaço expositivo permite ver, e as vidas que habitam essas tantas janelas. A artista pretendeu assim apropriar-se do para si inevitável contexto em que se insere a Galeria IBEU, interferindo nesta paisagem desde o início do preparo deste projeto, ao se aproximar de convivas da Avenida Nossa Senhora de Copacabana para colher relatos e objetos a serem apresentados na Galeria IBEU.

Paula Scamparini tem 35 anos, é paulista radicada no Rio de Janeiro. Formada em Artes pela UNICAMP, e com mestrado e doutorado pela UFRJ, atua como professora na graduação em artes da UFJF e é professora convidada do EAV Parque Lage.

Esta é a 1ª individual que a artista monta no Rio de Janeiro. Dentre as exposições recentes destacam-se as individuais na CAL em Brasília e na GEDOK em Munique, além das coletivas em Viena (Kunstlerhaus) e Portugal (Galeria PAAA e 17ª Bienal de Cerveira). No Rio, no Centro Cultural Helio Oiticica e no Parque das Ruínas. Em 2015 prepara ainda duas individuais para o Carpe Diem Arte e Pesquisa em Lisboa, e para a Galeria GPL em Viena, além de participar de coletiva em Munique na Rathausgalerie.



PAULA SCAMPARINI - “3amargem”  -  Curadoria: Fernanda Lopes
Abertura: 2 de março de 2015 (segunda-feira), às 19h
Exposição: 3 de março > 17 de abril
Horário de visitação: segunda a sexta-feira, das 13h às 19h 
Endereço: Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar - Rio de Janeiro