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Informe 2ª Fase Novíssimos


Informamos que os artistas selecionados para a segunda fase de NOVÍSSIMOS 2013 receberão um comunicado por email HOJE, 29 de maio, no período das 16h às 18h. Conforme previsto em Edital, a listagem dos selecionados para esta fase não será divulgada online.

Conversa entre Fernanda Lopes e Paula Huven


Conversa – Paula Huven e Fernanda Lopes


O que nos une, o que nos separa [1] (2011/2012) é um dos trabalhos mais recentes da mostra  e dá título à exposição. De alguma maneira, boa parte dos seus trabalhos se apropriam ou entram na lógica dos materiais e processos fotográficos. Em O que nos une, o que nos separa, parece que o disparador é a utilização de filmes vencidos há seis anos. Você pode falar mais sobre desse trabalho e da sua relação com a fotografia?

Os materiais e dispositivos fotográficos têm mesmo uma força grande nos meus trabalhos, são o início da engrenagem e definidores de todo o processo. O que nos une, o que nos separa só foi pensado porque haviam esses filmes vencidos guardados e, curiosamente,  eles venceram exatamente no ano em que me mudei de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. Somente quase seis anos depois disso resolvi usa-los para fazer esses retratos. As relações com as pessoas fotografadas se desenvolveram enquanto os traços desse mesmo tempo eram depositados nos filmes vencidos. E o filme vencido tem uma característica muito especial: ele funciona como se fosse se revelando naturalmente. Mesmo antes de ser sensibilizado à luz, o tempo age também sobre ele. Assim, nestes retratos, essa passagem do tempo modifica tanto a sensibilidade do filme, quanto a minha relação com essas pessoas fotografadas. Foram amizades feitas na nova cidade.

A ideia de fazer esses retratos surge como uma espécie de licença para entrar nas casas das pessoas. Eu sentia falta dessa convivência mais íntima, de ir às casas dos amigos. Em Belo Horizonte isso era uma rotina, já no Rio as pessoas se frequentam muito mais na rua. Eu me convidava para uma visita e para lhes fazer um retrato, mas esse retrato acontecia como uma pausa no encontro, um momento solene. Se por um lado foi a fotografia que me levou até ali, ela também nos distancia, nos une e nos separa. A câmera de médio formato, colocada em um tripé entre nós, e a longa exposição afirmam a presença do dispositivo fotográfico e intensificam esse momento de feitura dessas imagens. Costumo usar a expressão “momento fotográfico” ao invés de instante quando falo dos meus processos, porque minha tentativa é justamente colocar em jogo esse momento em que a imagem fotográfica é feita. É grandiosa a simples troca de olhares através das lentes, e esses 15 segundos intensificam esses olhares – para si, para o outro, para o dispositivo. A potência da fotografia, para mim, vem deste momento, de alguma coisa que a imagem não mostra mas que, no entanto, está ali - a terceira margem do rio.

Em outros trabalhos, o dispositivo fotográfico também define o processo. Relações [2] (2007-8) foi feito com uma câmera Polaroid básica. E acho que o trabalho, a troca de retratos nas relações triviais pelo bairro, só poderia existir assim, com o objeto-imagem único e a revelação da imagem em instantes diante dos olhos dos fotografados. E mesmo em Encontro com autorretrato [3] (2008) essa afirmativa do dispositivo aparece de outra maneira, abrindo brechas para questões sobre a representação e relações entre pintura e fotografia. Ou seja, de alguma maneira fala do processo de se fazer imagem, em especial retratos, e desse embate sujeito-imagem.


O que nos une, o que nos separa e Relações são trabalhos que representam o arco temporal que essa exposição abarca: 2012–2007. Apontam também para ideias que são muito caras à sua produção, e que parece se localizar não nos extremos (eu ou você) e sim no meio do caminho (no espaço entre eu e você). O que te interessava nessa relação com o outro naquele momento em 2006 e o que interessa hoje? O ponto de vista ou maneira de tratar esse interesse mudou? Esse “entre” mudou?

Relações foi feito logo assim que cheguei no Rio, a vida na nova cidade reluzia em cada pequena coisa, mas eu mesma não conseguia ainda perceber minha identidade nesse novo lugar. A troca de retratos, com a câmera Polaroide, respondia bem a esse novo entendimento. Eu amava o Leme, bairro onde morava, e sempre gostei muito desses afazeres cotidianos. Eram aquelas minhas relações cotidianas na cidade e foi um trabalho mesmo de reconhecimento. Ser vista pelos olhos dos outros, para se ver - acho que esse é um dos jogos que o retrato instaura. Com a Polaroid, além da maravilha de ver a nossa imagem aparecendo gradualmente, tem a unicidade do objeto, que colocada nesses momentos triviais talvez remeta justamente para esse espaço de importância entre eu e você - olhante e olhado, alternada e simultaneamente.

Em O que nos une, o que nos separa, mudam as circunstâncias e o dispositivo, mas o interesse é o mesmo: criar encontros através do momento fotográfico. Fotografar com uma câmera naturalmente mais lenta, esticar a exposição fotográfica o máximo possível, usar tripé, estar dentro da casa de um amigo, são fatos que alteram o processo, acho que o intensifica, aprofunda o que já pairava no primeiro trabalho. Em Relações pela presença dos meus retratos, feitos pelos comerciantes, o retrato como troca de olhares fica explícito, já no outro, a força está na sutileza, nos tempos sobrepostos dos filmes vencidos, da longa exposição, nas janelas atrás das pessoas ao invés do movimento da rua.

O espaço entre eu e outro é diferente, mas talvez não. O interesse é usar a fotografia para percorrer esses espaços, e o retrato está justamente nesse espaço entre eu e o outro. Em o que nos une, o que nos separa,  inclusive, apesar da maior intimidade com os retratados, talvez a distância tenha se afirmado ainda mais, pelo processo e pelo dispositivo. Nos dois trabalhos uso a fotografia não só para produzir uma imagem, mas para lançar esses olhares entre eu e as pessoas, entre elas e a câmera, e consequentemente entre elas e si mesmas, e eu mesma. Esse “entre” muda não só de acordo com as relações prévias mas com o método que se propõe para a fotografia.


Insensíveis [4] (2012) é o único trabalho em seu portfólio que não traz a figura humana. Pelo menos não de maneira direta. Diferente de outros trabalhos também, não chega pronto na exposição. É um objeto que existe em exposição, enquanto é folheado e cada pessoa vai tentando ler e construir suas próprias paisagens a partir do que vai lendo. E mesmo lendo o mesmo texto, cada paisagem vai ser diferente da outra. Você pode falar mais sobre isso?

Insensíveis está, de certa maneira, muito ligado a O que nos une, o que nos separa . É um livro-objeto em que eu descrevo algumas fotografias que não fiz, durante o mesmo período em que os filmes ficaram guardados vencidos: um momento de hiato na minha produção. Percebi que estas fotografias que eu vi mas não fiz, também não foram esquecidas. Este período de hiato foi preciso, necessário, e talvez mais frutífero que a produção em si. Acho que eu não fotografava porque também queria estar livre para poder esquecer, uma suposta leveza livre da lembrança. É muito mais difícil esquecer uma imagem, sobretudo quando se fotografa. Acho que o momento é impregnante. Não fotografar era a possibilidade de estar livre dessa lembrança. Mas é claro que existe a lembrança além da imagem, e dela não me livrei. Então esse livro traz essas imagens que eu vi mas que não foram feitas e a palavra é a forma ideal de mostrá-las, pelo seu deslimite. Cada leitor fará sua imagem que nunca será a mesma que eu vi. De alguma maneira, então, me libertei. E relendo agora, minha resposta, achei curioso o jogo de palavras livrei x livro. Não me livrei da imagem, no livro.


De quando a quando foi esse hiato?

Esse período foi entre o trabalho Relações, feito em 2007 e O que nos une, o que nos separa, em 2011-2012. Quatro anos que foram realmente necessários para eu olhar para o que tinha sido feito, pensar, respirar, desistir, resistir e insistir. Me sentia solta, a partir da mudança de cidade (de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro), livre. E a vida comum - trabalhar, fotografando para o jornal, ir a praia, andar de bicicleta, sair, aproveitar a cidade - tomou todo espaço, sem vontade de pensar nem de produzir coisas mais elaboradas. Com o tempo aquela angustia por produzir chegou, e chegou junto com a maternidade.

Essas fotografias insensíveis são mesmo coisas que eu vi, quis fotografar, mas não estava com a câmera. No mestrado na UERJ, cursei uma disciplina maravilhosa do Ricardo Basbaum, então tínhamos que produzir algo em torno dos exercícios da escrita que fizemos e de nossa produção. Eu fui buscar no meu arquivo alguma coisa, e fiquei lá remexendo muito tempo, cheguei a produzir uma série com esse material de arquivo, e depois percebi que esse momento de não ter feito nada foi absolutamente importante. Daí começaram a vir essas lembranças, do que não havia sido fotografado.


De alguma maneira retrato e paisagem, as duas categorias clássicas da pintura e, depois, da fotografia, têm suas fronteiras borradas na sua produção? Re interessa lidar com essas ideias clássicas de retrato e paisagem?

Meus trabalhos em fotografia são jogos, proposições que colocam as pessoas em determinadas circunstâncias. A expressão “figura humana” já traz a “pessoa transformada em imagem” – é essa passagem que me interessa. Meu fazer fotográfico investe nesse embate sujeito-imagem. Os processos dos trabalhos criam relações entre eu e as pessoas, entre as pessoas e a fotografia e, acredito, que entre elas e si mesmas. Esses diálogos me interessam, acho que além a “figura”. Voltamos para o espaço “entre”, que você disse na outra pergunta. Tudo está nesse meio do caminho entre “eu e você”.

E me interessa bastante lidar com essas fronteiras retrato-paisagem, pintura-fotografia, mas estou começando a caminhar agora sobre esses limites. Embora o encontro com autorretrato já traga a pintura em si, acho que é mesmo um começo. Não é à toa que a paisagem, no meu trabalho, está começando a aparecer através das palavras, espero que em breve apareça de outras formas, ando pensando nisso.



Rio de Janeiro, Maio de 2013


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[1] Série de 10 retratos feitos em longas-exposições [15 segundos], utilizando filmes vencidos há 6 anos – o mesmo tempo em que os laços afetivos com as pessoas fotogra- fadas se formaram. Os retratos foram feitos em visitas às casas das pessoas, sempre em frente às janelas, aludindo a uma sensação relativa ao Rio de Janeiro de que as pessoas aqui frequentam pouco as casas umas das outras devido à convidativa paisagem externa da cidade.

[2] Em “Relações” (2007-8) houve uma troca de retratos, feitos em Polaroid, entre mim e os comerciantes em situações cotidianas pelo Leme, bairro onde morava logo quando me mudei para o Rio. As 19 duplas de fotografias são montadas em um único quadro.

[3] Em Encontro com autorretrato a artista registra em fotografia seu próprio encontro com sua representação, em pintura.

[4]“Insensíveis” é um livro-objeto que trata do perdido, do inapreensível, composto também por algumas imagens narradas, cenas vistas, que escaparam da eternização pela fotografia, mas permaneceram na memória. Essas imagens trazidas pelas palavras aparecem inscritas em molduras e ordenadas como em uma suposta narrativa – a narrativa das imagens que não foram feitas enquanto os filmes envelheciam na geladeira.

Texto crítico de Fernanda Lopes para Paula Huven



O que nos une, o que nos separa

O que nos une, o que nos separa, trabalho inédito que dá nome à mostra da artista Paula Huven na Galeria Ibeu, é estruturado, como boa parte de sua produção, a partir de encontros e desencontros. Quando a artista mineira fez sua mudança de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, percebeu que alguns dos filmes fotográficos que tinha guardado estavam perdendo a validade. Durante os seis anos seguintes, ela construiu novos laços de amizade em sua nova cidade. Durante os mesmos seis anos, os filmes vencidos permaneceram guardados. O tempo estava passando para ambos, modificando tanto a sensibilidade dos filmes, quanto a relação da artista com as pessoas.

Entre 2011 e 2012 Paula usou esses filmes vencidos para retratar as amizades da nova cidade, em visitas às casas das pessoas, sempre em frente às janelas, aludindo a uma sensação de que no Rio de Janeiro o convívio se dá mais no espaço urbano do que no espaço privado. Se em O que nos une, o que nos separa a fotografia nasce como possibilidade graças à proximidade entre a artista e o retratado, também é marca da distância entre eles. Feitos com uma camera de médio formato, em longas-exposições [15 segundos], com o uso de um tripé, os retratos são indícios de uma pausa na relação pessoal para a construção de uma outra, localizada na intensificação do momento de feitura dessas imagens[1].

Já em Insensíveis (2012), outra obra inédita, é justamente na ausência do processo fotográfico e do outro que se dá o trabalho. Curiosamente, esse é o único projeto de Paula Huven onde a figura humana não aparece, mas ainda sim depende dela. O livro-objeto precisa ser folheado pelo espectador, para que esse se depare com a descrição de imagens que a artista viu, mas que por não estar com a câmera, o registro nunca foi feito. Lendo as descrições, essas imagens são reconstruídas, cada uma diferente da outra, por cada leitor. Assim, aqui como em outros trabalhos, o pensamento acerca da fotografia é expandido para além da imagem, e o instante fotográfico é redimensionado pela artista para o que ela chama de “momento fotográfico”, contruído a partir de outra relação com o tempo e com o outro.

Fernanda Lopes



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[1] O dispositivo fotográfico e o estar em relação com o outro também definem os processos de trabalhos como Relações (2007-8) – quando houve uma troca de retratos, feitos em Polaroid, entre a artista e os comerciantes em situações cotidianas pelo Leme, bairro onde morava logo quando se mudou para o Rio de Janeiro – e Encontro com autorretrato (2008) – que registra em fotografia o encontro da artista com seu autorretrato em pintura e abre assim brechas para questões sobre a representação e relações entre pintura e fotografia, e o processo de construção da imagem.

Conversa entre Fernanda Lopes e Jorge Soledar



“Como me tornei insensível”
 

Talvez um bom começo seja falar sobre o nome da mostra e sobre a ideia de sujeição, que te interessa.

Pedi a palavra emprestada de outro para designar a mostra como título de um retrato - elemento que une os trabalhos desta exposição. A frase “como me tornei insensível” foi primeiro dita por uma pessoa encarcerada em uma prisão norte-americana. Por considerar-me uma pessoa muito sensível, ouvir essa frase me tocou por corresponder a algo estranho, mas familiar, quando em meus trabalhos me "insensibilizo" ao fazer do outro minha própria escultura.

É em geral em torno do desejo pela posse do outro e das imagens que disto derivam (tão conflituosas e sensíveis a todos nós) que a exposição consiste. Neste sentido, ainda para falar em termos de posse, não se trata apenas de um dilema meu, mas sobretudo de compartilhar um traço de sombra do humano. A sujeição corresponde à estranha humanidade de estar à sombra das sombras do outro, e ao mesmo tempo, de estar fisicamente cedido enquanto estatuária invertida a quem age - assim como eu, da posse momentânea de alguém como escultura viva e autorretrato.


Qual o lugar da fotografia no seu trabalho? Atravessamento (2013), como outras obras suas, parece estar em um lugar entre. Aqui, mais especificamente, entre a escultura, a performance, e a fotografia (mesmo sem a presença física, literal, da fotografia).

São muitas camadas de leitura, e isso me alegra considerando a natureza sintética do trabalho. Atravessamento é uma proposição simples e recente, uma imagem no tecido real, ao mesmo tempo em que  representa uma diferenciação de experiências semelhantes, como Elvira (2010-11), mais centradas na construção de objetos para tensão e imobilidade físicas.

Agora me interessa experimentar o próprio engessamento da ação diante de mim e de você, no espaço de vida. E desse modo, ao enquadrar, fixando o ato como espécie de imagem dura, é possível questionarmos seu estatuto entre escultura e fotografia, entre performance e instalação. Contudo, o que procuro fazer antes de tratar com linguagens, é dar conta existencial daquela posse que mencionei antes, decalcando então meu autorretrato sobre a imagem de alguém - como talha bruta formada ao longo de um presente contínuo e perversamente sensível.



(Fernanda Lopes e Jorge Soledar)

Jorge Soledar - Como me tornei insensível | FotoRio 2013


A Galeria de Arte IBEU inaugura no dia 15 de maio, às 19h, as exposições “Como me tornei insensível”, de JORGE SOLEDAR, e “O que nos une, o que nos separa”, de PAULA HUVEN, ambas com curadoria de Fernanda Lopes. As mostras estão integradas ao FotoRio 2013 – Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro e ficarão abertas ao público de 16 de maio a 7 de junho, das 13h às 19h, de segunda a sexta, com entrada franca. 

Em sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, Jorge Soledar reúne na Galeria de Arte Ibeu quatro trabalhos realizados entre 2012 e 2013, dois deles inéditos. Como me tornei insensível, um dos sete projetos premiados no Edital de exposições do Ibeu 2013, apresenta as reflexões mais recentes do artista, radicado no Rio de Janeiro, considerando uma iconografia de sujeições através de jogos com a imagem do outro entre atos e fotografias com modelos vivos".

“Pedi a palavra emprestada de outro para designar a mostra como título de um retrato - elemento que une os trabalhos. A frase 'como me tornei insensível' foi primeiro dita por uma pessoa encarcerada em prisão norte-americana, em entrevista que assisti ano passado. E pelo contrário, por considerar-me uma pessoa muito sensível, ouvir essa frase me tocou por corresponder a algo estranho mas familiar quando me "insensibilizo" ao fazer do outro minha própria escultura. É em geral em torno do desejo pela posse do outro e das imagens que disto derivam (tão conflituosas e sensíveis a todos nós) que a exposição consiste. Neste sentido, ainda para falar em termos de posse, não se trata apenas de um dilema meu, mas sobretudo de compartilhar um traço de sombra do humano. A noção de sujeição - presente no conceito da mostra - corresponde à estranha humanidade de estar então à sombra das sombras do outro, e ao mesmo tempo, de estar fisicamente cedido enquanto estatuária invertida a quem age - assim como eu, da posse momentânea de alguém como escultura viva ou autorretrato fixado no corpo”, diz Jorge Soledar.

Jorge Soledar nasceu em Porto Alegre, em 1979, e vive no Rio de Janeiro. É doutorando e mestre em Artes Visuais pela UFRJ e bacharel em História, Teoria e Crítica de Arte pela UFRGS. Realiza cursos de pintura e teoria em escolas informais, como Atelier Livre e Arena em Porto Alegre. Em 2011 foi premiado pelo ARTE-Creative (França), e em 2009, foi destaque na Bolsa Iberê Camargo e selecionado com o Grupo Mergulho pelo Rumos Itaú Cultural “Trilhas do Desejo”.


GALERIA DE ARTE IBEU – FotoRio 2013
“Como me tornei insensível” - JORGE SOLEDAR 
“O que nos une, o que nos separa” - PAULA HUVEN 
Abertura: 15 de maio de 2013, às 19h 
Exposição: 16 de maio - 7 de junho
Horário de visitação: segunda a sexta, de 13h às 19h 
Endereço: Av. N. Sra. Copacabana, 690 - 2º andar – Copacabana
Tel.: 3816-9400 / galeria@ibeu.org.br 

Paula Huven - o que nos une, o que nos separa | FotoRio 2013


A Galeria de Arte IBEU inaugura no dia 15 de maio, às 19h, as exposições “Como me tornei insensível”, de JORGE SOLEDAR, e “O que nos une, o que nos separa”, de PAULA HUVEN, ambas com curadoria de Fernanda Lopes. As mostras estão integradas ao FotoRio 2013 – Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro e ficarão abertas ao público de 16 de maio a 7 de junho, das 13h às 19h, de segunda a sexta, com entrada franca. 

Em o que nos une, o que nos separa a artista mineira PAULA HUVEN apresenta sua produção realizada no Rio de Janeiro, entre 2007 e 2012. Essa é a primeira exposição individual de Paula Huven no Rio de Janeiro e foi um dos sete projetos premiados no Edital de Exposições do Ibeu 2013. Os quatro trabalhos que fazem parte da mostra revelam o pensamento da artista acerca da fotografia, utilizada como um dispositivo para criar encontros e relações. A artista usa a fotografia não só para produzir imagens, mas para lançar olhares entre as pessoas e a câmera e, consequentemente, entre elas e si mesmas.

O trabalho que dá nome à exposição reúne uma série de retratos feitos em longa exposição, utilizando filmes vencidos há seis anos. As relações com as pessoas fotografadas se desenvolveram enquanto os traços desse mesmo tempo eram depositados nos filmes vencidos. Os retratos surgem como uma espécie de licença para entrar nas casas das pessoas, a partir da sensação de ausência de encontros no Rio de Janeiro nesses espaços de maior intimidade.

Já em Relações (2007), as relações triviais vividas no comércio local do Leme, bairro onde a artista morava, são o mote para a troca de retratos em Polaroid com os comerciantes, que tecem um mosaico para seu reconhecimento na nova cidade. O jogo entre fotógrafo – fotografado é relançado em Encontro com autorretrato, em que a artista registra seu próprio encontro com sua representação - a pintura de seu autorretrato feita por uma amiga.  Este é o jogo que a artista sempre nos propõe: o embate entre sujeito-imagem.

O livro-objeto Insensíveis traz paisagens narradas, fotografias que não foram sensibilizadas à luz e existem através das palavras, para serem imaginadas a cada leitura, enquanto o livro é folheado e cada pessoa tenta ver as palavras nas páginas translúcidas.

Paula Huven nasceu em Belo Horizonte, em 1982. Mestre em Arte e Cultura Contemporânea (UERJ, 2012), participou do Programa Aprofundamento 2012 da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Exposições: Abre Alas 8, Galeria A Gentil Carioca (RJ, 2012); II Semana da Fotografia de Belo Horizonte (2012); ao mesmo tempo (Sala Arlinda Correa Lima, Palácio das Artes, BH, 2009), Bebel Tiquira (EAV Parque Lage, RJ, 2009), entre outras. Foi assistente de Miguel Rio Branco [2008 – 2010]  e trabalha como fotojornalista colaborando para Folha de S.Paulo, O Globo, O Tempo e Estado de Minas. 


GALERIA DE ARTE IBEU – FotoRio 2013
“Como me tornei insensível” - JORGE SOLEDAR 
“O que nos une, o que nos separa” - PAULA HUVEN 
Abertura: 15 de maio de 2013, às 19h 
Exposição: 16 de maio - 7 de junho
Horário de visitação: segunda a sexta, de 13h às 19h 
Endereço: Av. N. Sra. Copacabana, 690 - 2º andar – Copacabana
Tel.: 3816-9400 / galeria@ibeu.org.br