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2011 | Programa de Exposições 2012

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Old master techniques and contemporary applications - SÓ LAZER
Inauguração: 14 de setembro (quarta-feira), às 20h


Daniel Lannes | Old master techniques and contemporary applications - SÓ LAZER


A Galeria de Arte Ibeu inaugura no dia 14 de setembro, às 20h, a exposição "Old master techniques and contemporary applications - SÓ LAZER", individual do artista DANIEL LANNES, com curadoria de Humberto Farias. A exposição ficará aberta ao público de 15 de setembro a 21 de outubro, de 13h às 19h, de segunda a sexta, com entrada franca.

DANIEL LANNES foi premiado pela Comissão Cultural do Ibeu pelos melhores trabalhos da coletiva Novíssimos 2010: as pinturas “Banana Republic” e “Guignard with lazers”, que lidavam ironicamente com as convencionais representações do Brasil, satirizando esses estereótipos de maneira inteligente e bem humorada. O prêmio é a exposição individual que o artista inaugura no próximo dia 14.

A exposição reúne 12 pinturas que investigam a tradição da pintura figurativa brasileira. Tradição essa que se inicia com a influência do neoclassicismo francês, trazido por Debret, e continuada por pintores brasileiros como Pedro Américo, Victor Meirelles, entre outros.

“Meu interesse reside na forma como essa tradição neoclássica foi absorvida e digerida pelos pintores brasileiros do final do sec. XIX, tais como Almeida Junior, Rodolfo Amoedo, dentre outros, pois além de serem influenciados pela tradição europeia do neoclassicismo, já traziam consigo também uma espécie de imaginário regional, local, formando uma certa ideia de brasilidade visual pautada pela exuberância natural da fauna e flora, pelo indianismo. Enfim, por vários elementos que mais tarde se ratificariam até como clichês visuais do Brasil, ou pelo menos de um certo Brasil: a sensualidade, a mulata, a palmeira, a arara, a praia, o tucano etc. É justamente nesse limite do clichê, do exótico, do mau e bom gosto que eu procuro investigar essa tradição brasileira da pintura figurativa. Uma tradição que se formou de forma complexa e truncada”, diz DANIEL LANNES.

De acordo com Humberto Farias, curador da exposição, as pinturas de Lannes narram vivências cotidianas entrecruzando-as com referências de obras clássicas da arte brasileira – como silhuetas de frequentadores de um baile funk inspiradas na composição pictórica de Debret, ou as imagens de acontecimentos sociais, do tipo “churrasco na laje”, construídas a partir de técnicas clássicas de pintura hoje praticamente esquecidas, como desenho a carvão, grisaille, valorização, modelado, velatura e muitos outros recursos que lhe servem como instrumentos para realizar em suas telas imagens jocosas, porém pomposas.

Daniel tem 30 anos, nasceu, vive e trabalha em Niterói (RJ). É mestrando em Linguagens Visuais pela UFRJ. Já ganhou duas bolsas de estudo e residência na Califórnia e Nova York (EUA) e foi indicado ao Prêmio PIPA em 2011.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Laila Terra (SP)


1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Os salões dentro da configuração de edital aberto para artistas de todo o Brasil e mundo, sem restrições em relação às linguagens, formato, idade ou experiência expositiva, talvez seja a forma mais simples e democrática que temos hoje para um artista olhar o trabalho em um espaço expositivo e receber análises e criticas de pessoas externas. Acredito que esta seja a parte mais importante das exposições, sendo assim, os salões poderiam investir mais na conversa entre artistas e críticos. O museu de arte de Ribeirão Preto, por exemplo, nos dias seguintes das aberturas de todas as exposições organiza um bate-papo aberto com os artistas, críticos e publico para discutir os trabalhos.

Apesar desta possibilidade simples dos salões, hoje vivemos um problema sério em relação ao excesso de editais e competições de arte. Um dos problemas deste excesso de editais é a dependência dos artistas em relação aos salões para apresentar seu trabalho e ter algum retorno de outros artistas e críticos. Talvez os espaços mais independentes de arte não tenham mais uma configuração de importância no olhar dos críticos e dos próprios artistas, e, ou então, alguns espaços que surgiram como independentes, hoje seguem as mesmas regras de editais e de seleção dos grandes salões. Existem galerias menores, tanto publicas quanto particulares, que deveriam receber mais atenção e interesse dos artistas para exporem, e um olhar mais interessado e atencioso dos críticos e curadores, que aparentemente se interessam apenas pelas exposições mais oficiais.

2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Essa exposição está sendo muito importante para mim, em relação à forma em que eu enxergava o meu trabalho antes e a forma que comecei a repensar minha produção. Este trabalho é do final do ano de 2010, e até a data de exposição (julho) eu havia criado uma pausa no meu trabalho por conta de uma mudança de ateliê. Foi muito importante dentro desta pausa ter a possibilidade de ver esse conjunto livre de tudo o que eu poderia imaginar antes. Livre das minhas idéias anteriores e do meu entendimento técnico de até então. Foi muito bom ouvir o Ivair e outros artistas como o Ivan e a Rebeca sobre minha obra. As galerias poderiam investir mais neste momento de conversa com os artistas e com os curadores, algo similar ao o que o MARP faz em Ribeirão Preto.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Pela internet, nestes sites especializados em divulgação de editais.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

O trabalho “X,+ e +” foi a última série de um conjunto grande de obras que desenvolvi no ano de 2010 com a técnica de serigrafia. Minha produção sempre foi muito voltada para as técnicas de gravuras planográficas, onde consigo juntar o pensamento do desenho e da pintura. Durante o ano de 2010 comecei a estudar a técnica de serigrafia com o desenho direto sobre o suporte matricial. O meu desejo desta descoberta técnica envolvia a fusão do meu pensamento pictórico, que muitas vezes não consegue se resolver na pintura, com o desenho. Estas séries que desenvolvi propunham construir uma qualidade de cor, de tinta, transparências em conjunto com o pensamento gráfico.

A série “X, + e +” foi o primeiro conjunto que funcionou com a pintura do touche sobre a tela para construir a matriz. Esse trabalho é baseado em um conjunto de desenhos que fiz no começo do ano de 2010, que envolvia a escrita (carimbos, máquina de escrever e caligrafia) em conjunto com símbolos, ícones, desenho e o preto como construção pictórica. Fiquei muito feliz por ver esse conjunto exposto, já que, diante dos outros trabalhos, ele resume todo o meu pensamento do ano. O preto, tanto como tinta, quanto mancha gráfica, os símbolos tanto quanto uma iconografia histórica da arte, quanto elementos de pura composição nas gravuras.

Hoje, após a exposição eu vejo outras questões nas gravuras que não compreendia. Comecei a entender mais o motivo de ter trabalhado ao longo do ano passado com a gravura e não com a pintura direta sobre o papel ou sobre a tela, e o porquê da não reprodução das gravuras.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Meu trabalho se divide em diversas linguagens e construções de pensamento. Tenho uma produção com instalações e trabalhos com proposições sobre musica. Outras séries de livro de artistas, revistas-objetos, objetos multiplicável e como principal pesquisa o desenho e a gravura. Mas mesmo dentro desta variedade de linguagens, toda a minha produção envolve um desejo de formalização de uma idéia. Cada gravura, desenho ou projeto se forma como um fragmento de um processo de trabalho ainda não concluído.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Ivan Grilo (SP)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Ainda que o formato ‘salão’ não seja o ideal, acredito que seja uma ferramenta importante para jovens artistas que, como eu, buscam espaços para iniciar discussões em torno de sua produção. Creio que no formato salão haja certa abertura ao que há de novo, e assim ele justifica sua existência.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Vejo ‘Novíssimos’ como um ponto importante na minha trajetória, principalmente por uma questão geográfica. Por estar baseado numa cidade do interior de São Paulo, via uma dificuldade em iniciar um diálogo com a produção carioca, e a exposição trabalhou muito bem isso, proporcionando um diálogo não só com cariocas, mas com artistas de todo o país.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Costumo acompanhar a movimentação da galeria via web, tanto pelo blog quanto pelo facebook, mas também tive boas referências dos amigos que já participaram de exposições na Galeria Ibeu.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

A série que apresentei em ‘Novíssimos’ é resultado de uma pesquisa recente, mas que mantém fortes laços com o trabalho que venho realizando desde 2007, que “problematiza a construção das imagens a partir da fragilidade de sua condição”. (citando o próprio texto do catálogo da exposição)


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

De certa forma, trabalho com dois momentos na pesquisa: um mais esporádico, que é a imersão em acervos; e um segundo, quase diário, que é a pesquisa de material. Entretanto mesmo partindo de tempos díspares, num dado momento a pesquisa se funde num processo indissociável, no qual nem mesmo sei definir o que é suporte e o que é imagem.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Leo Ayres (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

É uma forma de fazer o trabalho circular e ser conhecido. É também importante ter um feedback sobre o seu trabalho.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Sempre que há uma exposição, podemos ver como o nosso trabalho é percebido por outros, trazendo novas informações sobre o que estamos mostrando. Ter contato com outros artistas que estão, neste caso, dialogando com o seu trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mesmo.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Já conhecia e vi que estava melhorando a cada ano. Daí meu interesse também em participar.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

A maior parte da minha produção gira em torno de amor e sexo, sempre num jogo de mostrar e esconder, de se aproximar e se distanciar.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Esta série de colagens usa um livro de fotografias de nus. Meu objetivo era tentar usar as páginas do livro de diversas formas, e pensar como as páginas poderiam interagir umas com as outras, assim como as pessoas.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Pedro Meyer (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Os salões são oportunidades para o artista mostrar sua produção, iniciar um caminho no circuito, trocar com outras pessoas, experimentar a linguagem, e, às vezes, ser remunerado por isso. Como a arte é socialmente construída, esse reconhecimento coletivo é fundamental. Um estímulo para ir além.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

O Novíssimos é um projeto com uma dimensão histórica e um espaço importante na construção da cena artística no Rio de Janeiro. Estar participando dele é uma forma de exercer publicamente o meu próprio tempo e linguagem.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Através da internet. Sim, já conhecia o Salão e a Galeria. Venho acompanhando suas atividades e mudanças.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Os trabalhos expostos fazem parte de uma série na qual sou influenciado pela performance através da pintura. Isso ocorre de uma maneira nova para mim. Além disso, essa relação é intermediada pela fotografia, algo que já venho aprofundando.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Experimento livremente o mundo como arte. Não consigo afirmar uma linha divisória clara entre vida e processo artístico. Gosto de me sentir em uma completa imersão. A pesquisa muitas vezes se materializa em objetos construídos, mas ela também se manifesta em palavras e no relacionamento com os outros. Tenho um interesse especial pela imagem e seus discursos. Esse desejo se manifesta de muitas maneiras: em um enfrentamento direto e misterioso do espaço, na articulação do pensamento artístico, na tentativa de subverter algumas coisas do nosso mundo cão, no encontro de imagens estranhamente sedutoras.