Top Social

Programa de Exposições 2012 ___ Resultado Final

Galeria Ibeu informa:


Artistas selecionados pela Comissão Cultural do Ibeu para compor o calendário de exposições da Galeria em 2012:

- Anton Steenbock (RJ)
- Jimson Vilela (RJ)
- Joana Csekö (RJ)
- Mayana Redin (RJ)
- Patrizia D'Angello (RJ)
- Polyanna Morgana (DF)
- Tiago Rivaldo (RJ)

Conforme item 3.2 de nosso edital, "as propostas podem estar sujeitas a ocupar meia galeria, no formato de duas mostras paralelas, caso a Comissão Cultural julgue pertinente." Os artistas selecionados serão comunicados por email/telefone quanto ao cronograma de mostras paralelas e ocupações de galeria inteira.

Todos os projetos recebidos foram examinados e selecionados pela Comissão Cultural do Ibeu, sendo a decisão da Comissão soberana e irrecorrível.

A Galeria Ibeu agradece a inscrição de todos.

Conversa com Gisele Camargo e Ivair Reinaldim


Nesta quinta 1º de dezembro, a Galeria Ibeu convida Gisele Camargo e Ivair Reinaldim para uma conversa sobre a exposição "A Capital", em cartaz até o dia 23 de dezembro de 2011.

O evento é gratuito e tem início às 19h.

A Capital - Texto de Ivair Reinaldim

A Capital / Gisele Camargo


Não estamos diante de paisagens desabitadas, mas de espaços ansiosos, sempre na imanência de quem os habite, de quem os signifique. Eis uma questão de ponto de vista. Trata-se em reconhecer qual será o nosso: fixo ou móvel, constante ou permutável, distante ou próximo. Aqui, pintura e galeria correlacionam-se mediante a ideia de acontecimento e, pelo breve instante de sua duração, são continuidade uma da outra. Deduzimos, então, que esperam por nós, seja para habitá-las, seja para que nelas tenhamos a percepção de nossa própria presença, reforçando o sentimento de coexistência.

De meros sujeitos contemplativos, somos compelidos a nos tornar olhos-corpos, nos movimentar por esses espaços, aproximar, recuar, inquirir a superfície, buscar detalhes, imaginar. Vertov referiu-se a um cine-olho (kino-glaz), assinalando que a câmera era capaz de capturar algo que a visão humana não apreendia – o que Benjamin posteriormente chamou de inconsciente óptico. Hoje poderíamos falar em ‘olho-cine’, ressaltando um modo peculiar de perceber, registrar e organizar aquilo que nos cerca. Através de nossos olhos, passamos a ‘cinematizar’ o mundo.

Alguma coisa da ordem da relação entre pintura e cinema, já presente em outras pesquisas de Gisele Camargo, transparece de modo mais intenso em A Capital. A escala ampliada dessas pinturas, juntamente com seu horizonte alto, assinala a passagem de um descontínuo posicionar-se diante da paisagem: ora estamos distantes, ora pisando no mesmo solo, ora olhando tudo através de um ponto de vista de sobrevoo. Estamos rodeados por alguma coisa que acontece ao mesmo tempo, mas da qual só podemos apreender um instante a cada vez. Não é pintura em plano-sequência, como nos antigos panoramas, mas um mundo conscientemente editado, fragmentado, construído por camadas, enquadramentos, ângulos e elipses, e mesmo assim, um mundo tão real quanto aquele que está ‘lá fora’.

Representação e realidade coexistem. Uma não antecede a outra, pois ao mesmo tempo em que percebemos o mundo, o imaginamos. Assim, a representação só pode ser a continuidade daquilo que anteriormente é uma subjetivação de tudo que nos cerca. Construir a imagem é construir a realidade. Eis aí o momento em que nós, no ato de observar (capturar), compartilhamos com a artista a capacidade de apreensão, elaboração e significação daquilo que transcende a mera forma, a mera superfície da imagem. Artista e espectadores, somos todos um pouco criadores.

Ivair Reinaldim / outubro de 2011

A Capital - Gisele Camargo


A Galeria de Arte Ibeu encerra suas atividades de 2011 com a individual A Capital, de Gisele Camargo, artista selecionada pela Comissão Cultural do Ibeu através do edital do Programa de Exposições 2011. A exposição tem curadoria de Ivair Reinaldim e será inaugurada no dia 17 de novembro (quinta-feira), às 20h. A mostra ficará aberta ao público de 18 de novembro a 23 de dezembro, das 13h às 19h, de segunda a sexta, com entrada franca.

GISELE CAMARGO apresenta a instalação A Capital, composta por pinturas de grandes formatos, todas realizadas em 2011, e em sua maior parte estruturadas como polípticos. “A intenção é que o espectador seja levado pela paisagem. Para isso, meus trabalhos são pensados como um todo e projetados de forma instalativa, usando a arquitetura do espaço”, diz a artista.

Sua investigação estabelece-se a partir das relações entre pintura e cinema no processo de construção de paisagens e na ênfase na experiência que podemos ter diante do espaço. O curador Ivair Reinaldim comenta no texto da exposição: Alguma coisa da ordem da relação entre pintura e cinema, já presente em outras pesquisas de Gisele Camargo, transparece de modo mais intenso em A Capital. A escala ampliada dessas pinturas, juntamente com seu horizonte alto, assinala a passagem de um descontínuo posicionar-se diante da paisagem: ora estamos distantes, ora pisando no mesmo solo, ora olhando tudo através de um ponto de vista de sobrevoo. Estamos rodeados por alguma coisa que acontece ao mesmo tempo, mas da qual só podemos apreender um instante a cada vez. Não é pintura em plano-sequência, como nos antigos panoramas, mas um mundo conscientemente editado, fragmentado, construído por camadas, enquadramentos, ângulos e elipses, e mesmo assim, um mundo tão real quanto aquele que está ‘lá fora’.

Gisele Camargo nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Tem formação em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ e frequentou cursos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Tem Herzog, Lynch e Tarkovski como referências importantes para seus trabalhos. Recentemente inaugurou a exposição Metrópole, na Galeria Mercedes Viegas, também no Rio de Janeiro.

Edital 2012 - Último Dia de inscrições

Inscrições até 4 de novembro (para inscrições por correio,
será válida a correspondência com data de postagem até 4 de novembro)

Edital + Ficha de Inscrição

Daniel Lannes: Lançamento Catálogo


Galeria Ibeu e Luciana Caravello Arte Contemporânea convidam para o lançamento do catálogo "Old Master Techniques and Contemporary Applications: SÓ LAZER", de Daniel Lannes. O lançamento será realizado na próxima segunda-feira, 31 de outubro, às 18h, na Galeria Ibeu. Na ocasião, realizaremos uma conversa com Daniel Lannes e com o crítico Humberto Farias Carvalho.

2011 | Programa de Exposições 2012

A Galeria de Arte Ibeu faz saber que, durante o período de 4 de outubro de 2011 a 4 de novembro de 2011, estão abertas as inscrições para o Programa de Exposições 2012 que contemplará propostas de Exposições Individuais a serem realizadas na Galeria de Arte Ibeu no período de abril de 2012 a março de 2013.

A Galeria de Arte Ibeu foi inaugurada em 1960 na sede do Instituto Brasil Estados Unidos - IBEU, instituição de ensino de língua inglesa, localizada no bairro de Copacabana, no Estado do Rio de Janeiro. A Galeria tem como perfil, desde sua fundação, promover exposições e eventos relacionados à produção contemporânea de arte. Todas as atividades da Galeria visam à classificação etária livre.

O presente edital tem como objetivo apresentar um recorte da produção artística contemporânea e fomentar a discussão sobre a diversidade poética e a pluralidade de temas e suportes acionados pelas linguagens contemporâneas.


Clique para acessar o Edital + Ficha de Inscrição e a Planta baixa da Galeria

2011 | Programa de Exposições 2012

Photobucket


maiores informações a partir da próxima semana

Clipping Veja Rio ___ 19 de setembro

Clipping Rio Show

Daniel Lannes ___ Clipping Canal Contemporâneo



Old master techniques and contemporary applications - SÓ LAZER
Inauguração: 14 de setembro (quarta-feira), às 20h


Daniel Lannes | Old master techniques and contemporary applications - SÓ LAZER


A Galeria de Arte Ibeu inaugura no dia 14 de setembro, às 20h, a exposição "Old master techniques and contemporary applications - SÓ LAZER", individual do artista DANIEL LANNES, com curadoria de Humberto Farias. A exposição ficará aberta ao público de 15 de setembro a 21 de outubro, de 13h às 19h, de segunda a sexta, com entrada franca.

DANIEL LANNES foi premiado pela Comissão Cultural do Ibeu pelos melhores trabalhos da coletiva Novíssimos 2010: as pinturas “Banana Republic” e “Guignard with lazers”, que lidavam ironicamente com as convencionais representações do Brasil, satirizando esses estereótipos de maneira inteligente e bem humorada. O prêmio é a exposição individual que o artista inaugura no próximo dia 14.

A exposição reúne 12 pinturas que investigam a tradição da pintura figurativa brasileira. Tradição essa que se inicia com a influência do neoclassicismo francês, trazido por Debret, e continuada por pintores brasileiros como Pedro Américo, Victor Meirelles, entre outros.

“Meu interesse reside na forma como essa tradição neoclássica foi absorvida e digerida pelos pintores brasileiros do final do sec. XIX, tais como Almeida Junior, Rodolfo Amoedo, dentre outros, pois além de serem influenciados pela tradição europeia do neoclassicismo, já traziam consigo também uma espécie de imaginário regional, local, formando uma certa ideia de brasilidade visual pautada pela exuberância natural da fauna e flora, pelo indianismo. Enfim, por vários elementos que mais tarde se ratificariam até como clichês visuais do Brasil, ou pelo menos de um certo Brasil: a sensualidade, a mulata, a palmeira, a arara, a praia, o tucano etc. É justamente nesse limite do clichê, do exótico, do mau e bom gosto que eu procuro investigar essa tradição brasileira da pintura figurativa. Uma tradição que se formou de forma complexa e truncada”, diz DANIEL LANNES.

De acordo com Humberto Farias, curador da exposição, as pinturas de Lannes narram vivências cotidianas entrecruzando-as com referências de obras clássicas da arte brasileira – como silhuetas de frequentadores de um baile funk inspiradas na composição pictórica de Debret, ou as imagens de acontecimentos sociais, do tipo “churrasco na laje”, construídas a partir de técnicas clássicas de pintura hoje praticamente esquecidas, como desenho a carvão, grisaille, valorização, modelado, velatura e muitos outros recursos que lhe servem como instrumentos para realizar em suas telas imagens jocosas, porém pomposas.

Daniel tem 30 anos, nasceu, vive e trabalha em Niterói (RJ). É mestrando em Linguagens Visuais pela UFRJ. Já ganhou duas bolsas de estudo e residência na Califórnia e Nova York (EUA) e foi indicado ao Prêmio PIPA em 2011.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Laila Terra (SP)


1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Os salões dentro da configuração de edital aberto para artistas de todo o Brasil e mundo, sem restrições em relação às linguagens, formato, idade ou experiência expositiva, talvez seja a forma mais simples e democrática que temos hoje para um artista olhar o trabalho em um espaço expositivo e receber análises e criticas de pessoas externas. Acredito que esta seja a parte mais importante das exposições, sendo assim, os salões poderiam investir mais na conversa entre artistas e críticos. O museu de arte de Ribeirão Preto, por exemplo, nos dias seguintes das aberturas de todas as exposições organiza um bate-papo aberto com os artistas, críticos e publico para discutir os trabalhos.

Apesar desta possibilidade simples dos salões, hoje vivemos um problema sério em relação ao excesso de editais e competições de arte. Um dos problemas deste excesso de editais é a dependência dos artistas em relação aos salões para apresentar seu trabalho e ter algum retorno de outros artistas e críticos. Talvez os espaços mais independentes de arte não tenham mais uma configuração de importância no olhar dos críticos e dos próprios artistas, e, ou então, alguns espaços que surgiram como independentes, hoje seguem as mesmas regras de editais e de seleção dos grandes salões. Existem galerias menores, tanto publicas quanto particulares, que deveriam receber mais atenção e interesse dos artistas para exporem, e um olhar mais interessado e atencioso dos críticos e curadores, que aparentemente se interessam apenas pelas exposições mais oficiais.

2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Essa exposição está sendo muito importante para mim, em relação à forma em que eu enxergava o meu trabalho antes e a forma que comecei a repensar minha produção. Este trabalho é do final do ano de 2010, e até a data de exposição (julho) eu havia criado uma pausa no meu trabalho por conta de uma mudança de ateliê. Foi muito importante dentro desta pausa ter a possibilidade de ver esse conjunto livre de tudo o que eu poderia imaginar antes. Livre das minhas idéias anteriores e do meu entendimento técnico de até então. Foi muito bom ouvir o Ivair e outros artistas como o Ivan e a Rebeca sobre minha obra. As galerias poderiam investir mais neste momento de conversa com os artistas e com os curadores, algo similar ao o que o MARP faz em Ribeirão Preto.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Pela internet, nestes sites especializados em divulgação de editais.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

O trabalho “X,+ e +” foi a última série de um conjunto grande de obras que desenvolvi no ano de 2010 com a técnica de serigrafia. Minha produção sempre foi muito voltada para as técnicas de gravuras planográficas, onde consigo juntar o pensamento do desenho e da pintura. Durante o ano de 2010 comecei a estudar a técnica de serigrafia com o desenho direto sobre o suporte matricial. O meu desejo desta descoberta técnica envolvia a fusão do meu pensamento pictórico, que muitas vezes não consegue se resolver na pintura, com o desenho. Estas séries que desenvolvi propunham construir uma qualidade de cor, de tinta, transparências em conjunto com o pensamento gráfico.

A série “X, + e +” foi o primeiro conjunto que funcionou com a pintura do touche sobre a tela para construir a matriz. Esse trabalho é baseado em um conjunto de desenhos que fiz no começo do ano de 2010, que envolvia a escrita (carimbos, máquina de escrever e caligrafia) em conjunto com símbolos, ícones, desenho e o preto como construção pictórica. Fiquei muito feliz por ver esse conjunto exposto, já que, diante dos outros trabalhos, ele resume todo o meu pensamento do ano. O preto, tanto como tinta, quanto mancha gráfica, os símbolos tanto quanto uma iconografia histórica da arte, quanto elementos de pura composição nas gravuras.

Hoje, após a exposição eu vejo outras questões nas gravuras que não compreendia. Comecei a entender mais o motivo de ter trabalhado ao longo do ano passado com a gravura e não com a pintura direta sobre o papel ou sobre a tela, e o porquê da não reprodução das gravuras.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Meu trabalho se divide em diversas linguagens e construções de pensamento. Tenho uma produção com instalações e trabalhos com proposições sobre musica. Outras séries de livro de artistas, revistas-objetos, objetos multiplicável e como principal pesquisa o desenho e a gravura. Mas mesmo dentro desta variedade de linguagens, toda a minha produção envolve um desejo de formalização de uma idéia. Cada gravura, desenho ou projeto se forma como um fragmento de um processo de trabalho ainda não concluído.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Ivan Grilo (SP)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Ainda que o formato ‘salão’ não seja o ideal, acredito que seja uma ferramenta importante para jovens artistas que, como eu, buscam espaços para iniciar discussões em torno de sua produção. Creio que no formato salão haja certa abertura ao que há de novo, e assim ele justifica sua existência.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Vejo ‘Novíssimos’ como um ponto importante na minha trajetória, principalmente por uma questão geográfica. Por estar baseado numa cidade do interior de São Paulo, via uma dificuldade em iniciar um diálogo com a produção carioca, e a exposição trabalhou muito bem isso, proporcionando um diálogo não só com cariocas, mas com artistas de todo o país.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Costumo acompanhar a movimentação da galeria via web, tanto pelo blog quanto pelo facebook, mas também tive boas referências dos amigos que já participaram de exposições na Galeria Ibeu.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

A série que apresentei em ‘Novíssimos’ é resultado de uma pesquisa recente, mas que mantém fortes laços com o trabalho que venho realizando desde 2007, que “problematiza a construção das imagens a partir da fragilidade de sua condição”. (citando o próprio texto do catálogo da exposição)


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

De certa forma, trabalho com dois momentos na pesquisa: um mais esporádico, que é a imersão em acervos; e um segundo, quase diário, que é a pesquisa de material. Entretanto mesmo partindo de tempos díspares, num dado momento a pesquisa se funde num processo indissociável, no qual nem mesmo sei definir o que é suporte e o que é imagem.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Leo Ayres (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

É uma forma de fazer o trabalho circular e ser conhecido. É também importante ter um feedback sobre o seu trabalho.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Sempre que há uma exposição, podemos ver como o nosso trabalho é percebido por outros, trazendo novas informações sobre o que estamos mostrando. Ter contato com outros artistas que estão, neste caso, dialogando com o seu trabalho é fundamental para o desenvolvimento do mesmo.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Já conhecia e vi que estava melhorando a cada ano. Daí meu interesse também em participar.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

A maior parte da minha produção gira em torno de amor e sexo, sempre num jogo de mostrar e esconder, de se aproximar e se distanciar.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Esta série de colagens usa um livro de fotografias de nus. Meu objetivo era tentar usar as páginas do livro de diversas formas, e pensar como as páginas poderiam interagir umas com as outras, assim como as pessoas.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Pedro Meyer (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Os salões são oportunidades para o artista mostrar sua produção, iniciar um caminho no circuito, trocar com outras pessoas, experimentar a linguagem, e, às vezes, ser remunerado por isso. Como a arte é socialmente construída, esse reconhecimento coletivo é fundamental. Um estímulo para ir além.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

O Novíssimos é um projeto com uma dimensão histórica e um espaço importante na construção da cena artística no Rio de Janeiro. Estar participando dele é uma forma de exercer publicamente o meu próprio tempo e linguagem.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Através da internet. Sim, já conhecia o Salão e a Galeria. Venho acompanhando suas atividades e mudanças.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Os trabalhos expostos fazem parte de uma série na qual sou influenciado pela performance através da pintura. Isso ocorre de uma maneira nova para mim. Além disso, essa relação é intermediada pela fotografia, algo que já venho aprofundando.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Experimento livremente o mundo como arte. Não consigo afirmar uma linha divisória clara entre vida e processo artístico. Gosto de me sentir em uma completa imersão. A pesquisa muitas vezes se materializa em objetos construídos, mas ela também se manifesta em palavras e no relacionamento com os outros. Tenho um interesse especial pela imagem e seus discursos. Esse desejo se manifesta de muitas maneiras: em um enfrentamento direto e misterioso do espaço, na articulação do pensamento artístico, na tentativa de subverter algumas coisas do nosso mundo cão, no encontro de imagens estranhamente sedutoras.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Fabiano Araruna (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Eu acredito muito na idéia de que: grande parte das renovações - sejam elas no esporte, nas artes, ou no que quer que seja – nascem da mente inquieta da juventude. Mas, infelizmente, os artistas da minha geração parecem ter como principal interesse entrar para essas exposições para elevar o seu prestígio ou para acrescentar os nomes das instituições de peso no currículo e em seguida conseguirem exposições maiores. Os salões deveriam ser espaços de guerra, um campo aberto para que os artistas participantes duelassem mais, dialogassem mais, debatessem mais. Já que, mostrar trabalho eu posso mostrar no Facebook e toda a comunidade artística vai ver...eu só não vou ter um carimbo de uma galeria.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

O trabalho que eu criei para o Novíssimos foi justamente com o objetivo de saber se teria alguma galeria disposta a falar abertamente sobre esses assuntos ligados ao acesso à arte e ao seu circuito, que sempre se mostrou como um grupo fechado. Não espero nada de salões há muito tempo, a grande maioria deles não dá um centavo sequer para o artista produzir um trabalho legal, a divulgação é meio tímida ainda, não há encontros com os artistas antes do vernissage, nem durante a montagem, nem depois que a exposição encerra. A minha trajetória artística depende de um diálogo que eu deveria ter com a sociedade, porque meu trabalho é criado a partir das impressões que eu tenho dela. Para ouvir se estou desenhando certo ou errado, vou pra faculdade. O salão é um evento público, é para a cidade usufruir. É só quem usufrui é o próprio circuito de arte.
Acho desnecessária a grande quantidade de artistas por salão, expondo no máximo dois trabalhos, se eles próprios nem se conhecem e se encontram na abertura só para socializar, desperdiçando um momento único para um bom debate. Não há Amizade nem Rivalidade, como vejo em outros campos da cultura ou no esporte. Acho esse espírito fundamental para a superação dos nossos próprios limites, para as renovações.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Amigos, Mapa das Artes, Canal Contemporâneo. O Novíssimos é um salão muito conhecido aqui no Rio de Janeiro.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Como eu estou expondo um trabalho que é uma espécie de manifesto, ele não tem muito a ver com o resto da minha produção. Ele tem muito de mim, que tenho um pé atrás com essa estrutura do circuito de arte. Certos detalhes como esse comportamento artificial das pessoas, até acabam criando uma relação com as outras coisas que eu faço...


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

...pois, meu trabalho fala das coisas artificiais.

NOVÍSSIMOS 2011 ___ Clipping Jornal do Commercio



Em entrevista ao Jornal do Commercio,
Ivair Reinaldim apresenta a proposta de NOVÍSSIMOS 2011

Reportagem de Bianca Mello / Caderno Artes, 26-28 agosto

NOVÍSSIMOS 2011 - Últimos dias



Últimos dias para conferir a coletiva NOVÍSSIMOS 2011!
Até 2 de setembro.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Daniela Seixas (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Porque é importante para o artista alguma forma de mostrar, de obter alguma reação do seu trabalho, testar os espaços e meios expositivos, e o salão ainda é um dos modos disso acontecer. Portanto acho que faz parte do interesse a chance de experimentar reações e até em alguma medida “públicos” diferentes, abrir e ampliar o impacto que o trabalho tenha a oferecer. Isso vale tanto para o desenvolvimento do trabalho mais diretamente como para as diferentes nuances de algum tipo de inserção em um circuito de arte em questionamento e reconstrução. Além do estímulo que é a reformulação de alguns salões, com propostas interessantes de seleção, curadoria e um acompanhamento maior do trabalho, como foi o caso do primeiro salão que participei no ano passado, em Itajaí. Tudo isso tem tornado o salão algo além de um “atestado” e uma pequena vitrine, se mostrando em algumas etapas um desafio mais colaborativo e interessante de inserção e convivência.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

A participação se faz importante pelo querer e pela necessidade de desafiar o próprio trabalho e as camadas de tarefas que o envolvem nesse contato com o mundo. Com certeza passar por esse processo do salão faz parte desse desafio. Desafio somado ao fato das coisas boas do projeto - o olhar de pessoas interessantes e o contato com trabalhos de um grupo de artistas de lugares e pesquisas diversas (os de agora e importantes artistas de outras edições também) - acabarem sendo acrescidas ao meu trabalho, fazendo agora de algum modo parte do meu percurso. E por fim acho que a importância está em agregar mais pessoas-percursos na conversa e no, às vezes solitário, convívio entre os trabalhos.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Eu já conhecia o salão e a galeria, mas amigos enviaram emails com o edital avisando e incentivando a mandar.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

O trabalho exposto faz parte de um processo que eu já havia começado quando fui notando a maior importância do ato de desenhar, escrever e de pequenos gestos de inscrição, fazendo do vídeo um importante aliado dos trabalhos. Os trabalhos expostos de alguma maneira ratificam a necessidade de estar desavisadamente atenta às pequenas surpresas (como uma gota sobre a linha ou o ventinho oferecido pelos papéis). Prestando atenção nesses trabalhos e no conjunto, acho que a compreensão deles passam pela importância de ações simples que procuram desencadear o pensamento de algo inapreensível ou breve e contundente, como é o caso de uma brisa ou de um desenho. Nesse sentido, por exemplo, borrar a linha de escrita e sugerir alguma referência ao mar - sabendo que qualquer que seja será sempre uma tentativa frágil- é um modo de desaguar algumas dessas experiências com as linhas, com as palavras, e com essa fragilidade diante do mundo e seus objetos de um modo mais claramente íntimo.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

O desenho sempre foi um condutor do meu trabalho, visto que foi a compulsão pela ação de desenhar que de alguma maneira deu início a todas as outras coisas, inclusive a questão da escrita e o encantamento com os materiais do seu entorno. Gostaria às vezes de poder falar que o processo surge exatamente disto e ocorre assim, mas geralmente eles vêm de impressões, modos e estalos muito diversos para dar conta tão rapidamente de sua procedência. O processo investigativo é sim suscitado por alguns materiais de inscrição, papéis, linhas já prontas e desenhos no mundo (porque ele provoca a gente o tempo todo e de vez em quando temos que dar alguma resposta). Mas de fato são as pequenas transformações, gestos e ações em volta desses objetos e fazeres cotidianos que me interessam. De repente, um material, uma frase, uma palavra, uma sensação, qualquer coisa te surpreende e dá vontade de devolvê-las de algum modo. Porque as coisas batem em nós, algumas fincam, outras transpassam ou deixam marcas, ou até mudam a nossa textura. Tento ser essa superfície para que os trabalhos tenham terreno para existir.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Bianca Bernardo (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Bom, eu acredito que possa responder pela minha experiência. É a segunda vez que participo de um salão nacional, o primeiro foi no ano passado, em Itajaí. Eu me lembro da vontade de participar que nasceu, não somente em mim, mas em muitos outros, um desejo-comum que levou grande parte dos artistas a viajar para montagem e abertura do salão. Ele aproximou pessoas e suas zonas de processos criativos, costurando laços de afetos entre os artistas e a cidade. Com o Novíssimos, também nasceram múltiplos diálogos, nas experiências de convivência entre as obras, em ações que incentivam essas trocas, como essa entrevista, por exemplo. Curioso perceber que re-encontrei no Novíssimos com artistas que também estiveram em Itajaí, visitando ou participando do salão.

2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Toda exposição artística é uma enunciação, um gesto importante, exercício de escrita no espaço através de escolhas e enfrentamentos. O Novíssimos possui história, um percurso de ações desde os anos 60. Muitos dos artistas que foram premiados anteriormente são artistas com os quais me interessa muito estabelecer uma conversa... Receber e dividir o prêmio com Daniela Seixas foi uma surpresa feliz, reconhecimento do nosso trabalho, também uma proposta de conexão entre as trajetórias individuais. Estou certa que este tipo de projeto desperta uma vontade de continuidade, existem fluxos nessas relações. Agora começaremos a pensar nas exposições individuais para 2012, o que vejo como um convite desafiador.

3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Sim, eu já conhecia a Galeria Ibeu, visitei algumas vezes... Vi esse espaço se transformar com a reforma, ganhou amplitude e luminosidade. Sua localização e construção também chamam minha atenção. A Galeria Ibeu está localizada no coração de Copacabana, possui uma parede de frente toda envidraçada, o que possibilita uma relação de transparência na arquitetura. O movimento contínuo das ruas, ruídos, construções, passantes, moradores e trabalhadores estão em imediata
interação, se atravessam e tangenciam a todo tempo, gosto de pensar nessas camadas que envolvem o lugar...

4 - De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

É uma pergunta interessante. Acho que primeiro há uma questão de pensar sobre a representatividade da produção artística, e como ela pode ser acionada por uma exposição coletiva, seja com outros artistas ou numa individual. Estou apresentando três trabalhos em diferentes mídias no salão, porque meu processo não está focado no desenvolvimento de uma pesquisa dentro de uma especificidade técnica, mas precisa querer experimentar diversas linguagens, a partir do que posso estruturar de um pulso poético inquietante.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

O quanto nós podemos pensar a nossa prática? Parece cada vez mais claro a necessidade de pensarmos o que estamos fazendo, para que estamos fazendo... A maneira como nos colocamos no mundo, como exercitamos essa prática artística é um ato político, o que não tem nada que ver com partidarismo e politicagem. Em particular, existe uma questão com o tempo dentro do meu trabalho. Pretendo ser sempre um agente do indefinido, o estrangeiro, para quebrar o que chamamos "habitual", des-naturalizar a percepção comum do mundo, no sentido de seu comodismo e anestesia. Arte para mim é correr riscos, assumir a descontinuidade, o fluxo, a experiência.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Virgílio Neto (DF)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

O artista está sempre buscando um espaço para seu trabalho; principalmente o artista jovem, que ainda não possui tantas facilidades de articulação para encontrar esse espaço. Quando falo de espaco, não me refiro somento em relação ao espaco físico da galeria. Falo de um espaço onde o trabalho possa existir dentro de uma cena; onde ele dialogue com outros trabalhos, passe por uma curadoria, onde ele possa ser visto por pessoas que participam e constroem essa cena (artistas, curadores, críticos, donos de galerias, diretores de instituições, etc.)

2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Pra mim foi ótimo estar no Rio e conhecer algum dos artistas, o curador, conversar, fazer contatos, saber-se inserido num cenário onde existem artistas jovens que acreditam no seu trabalho e o exercem de forma coerente; isso dá força pra continuar no seu caminho, produzindo. Além de ser muito importante pro artista ver seu trabalho com uma certa distância, fora do ateliê, ali na galeria ao lado de outros trabalhos. Isso ajuda você percebê-lo e criticá-lo de outras formas. Os Salões de arte ainda tem um problema que é de só poder mostrar um recorte muito superficial da obra e pesquisa de cada artista, então cabe ao artista e ao organizadores do Salão de buscar opções para contornar essa questão e tentar ir além da exposição.

3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Fiquei um ano morando fora, produzindo livremente sem participar de exposições ou submeter meu trabalho à galerias ou editais. Então esse ano resolvi que era hora de me procurar me inserir dentro de um circuito de arte, e pra isso percebi que os salões poderiam ser uma boa opção. Pesquisei editais que eram coerentes ao meu perfil e ao meu trabalho, e o Novíssimos foi um deles. Sendo de Brasília, ainda não tinha visitado a Galeria Ibeu, só ouvido falar, mas fiquei feliz de participar do Salão e ver trabalho que todos fizeram.

4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Os desenhos que estou expondo nos Novíssimos fazem parte de uma nova pesquisa que comecei a desenvolver esse ano. Estava insatisfeito com meu trabalho, então criei algumas "armadilhas" pra mim mesmo a fim de que eu tomasse outros rumos dentro do trabalho. Confesso que são desenhos ainda um pouco misteriosos pra mim, mas que continue assim; o entendimento completo também é a morte do trabalho.

5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?
Ainda estou "tateando" o mundo. Buscando meus interesses, meu medos, criando diálogos com artistas que adimiro, observando coisas que me encantam e me assustam. E no momento utilizo o desenho pra ser o canal entre esse "eu artista" e o mundo. O desenho carrega essa coisa interessante de poder ser ao mesmo tempo obra e registro do processo. Me interessa a imagem, a fotografia, ilustrações, paisagens... e transfiro esse interesse de forma pictória pro meu trabalho. Também tenho pesquisado e me envolvido muito com o feitio do desenho: os materiais, texturas, papeis, as pequenas delicadezas e a sensualidade dessa técnica.

Atualizações e Clippings NOVÍSSIMOS 2011


A cada edição de NOVÍSSIMOS nos surpreendemos com a diversidade de pesquisas artísticas de nosso país. E tem sido gratificante conhecer um pouco mais de cada artista-pesquisador que participa de nosso Salão através do contato por emails, blogs, feeds de notícias, como também por diversas conversas com todos os NOVÍSSIMOS que já conhecemos pessoalmente na Galeria.

Quando o crítico Ivair Reinaldim propõe a imagem de um Mergulho para compor o texto e a expografia de NOVÍSSIMOS 2011, percebemos que a ideia de fluxo e movimento são uma das possibilidades de leitura para este Salão:

"Somos convidados então a agir, a participar, a assumir um ato de partilha. E nisso há a compreensão daquilo que nos une, espectador e artista, obra e observador, o eu e o Outro. (...) Esses 22 artistas, de histórias tão diferentes e tão específicas, e suas propostas, tão diversas e tão complexas, de algum modo trataram em comum não do corpo, mas de uma ação que ocorre através e além de um corpo, físico, psicológico, imaginário, social, cultural, de um ato que dobra e se desdobra, vela e se desvela, vem à superfície ou mesmo se esconde nas profundezas das águas remotas e turvas."

Para quem ainda não conferiu este salto afetivo, ainda há tempo: NOVÍSSIMOS continua em cartaz até o próximo dia 2 de setembro, de segunda a sexta, no horário das 13h às 19h, na Galeria de Arte Ibeu.


(Clique nas imagens acima para ler notícias e blogs de alguns artistas participantes desta edição de NOVÍSSIMOS)

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Cristina Amiran (RJ)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Acredito que a participação em salões seja importante para a inserção do trabalho de novos artistas no circuito de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. Com a extinção do Salão Carioca e dos tradicionais “salões de arte”, existem poucas alternativas para jovens artistas mostrarem suas pesquisas e desenvolvimento de trabalho.

2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

A de estar somando e participando do trabalho do outro, em diálogo com uma proposta curatorial, além de fazer parte da história do Salão. Para o amadurecimento do trabalho e como estímulo de novas investigações.

3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Pelos canais de divulgação de arte. Tanto o Salão quanto a Galeria Ibeu.

4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Existe uma autonomia nos vídeos expostos na Galeria, sendo que esses trabalhos fazem parte de uma série em desenvolvimento, que chamo de “videoworks” – onde investigo “passagens” de curta duração de espaços em trânsito. Esse trabalho se complementa com as séries fotográficas.

5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

O meu processo de investigação acontece pela observação de aspectos do meu cotidiano; trabalho com “deslocamentos” e na curiosidade provocada por sentimentos e acasos – a fotografia e o vídeo são os principais meios e fontes de estímulo, experimentação e sentido para a minha vida.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Ismael Monticelli (RS)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Considerando a exposição uma forma recorrente de comunicação da Arte, creio que o interesse dos jovens artistas em participar de salões concentra-se na necessidade de estabelecer diálogo com seus pares - artistas, curadores, críticos, etc. - e com o público. Uma possível resposta para esta instigante pergunta - levando em consideração a complexidade do assunto - talvez se concentre na missão do salão em encontrar sentidos contundentes em um país de dimensões continentais, contemplando, de certa forma, a conexão entre diferentes pólos de produção da arte. Coloca em diálogo artistas que, certamente, poderiam dialogar, mas, talvez, nunca encontrariam oportunidade de estar reunidos em um mesmo tempo e espaço. Não podemos esquecer, também, que o ato de expor, para um jovem artista, significa construir sua própria denominação. Um artista transforma-se em um artista no momento em que, efetivamente, expõe seu trabalho (ex: um curso de graduação em Arte nunca fornecerá, em sua conclusão, um diploma que confira o título de artista). A participação nos salões, talvez, represente uma oportunidade de iniciar ou dar continuidade para a constituição e consolidação de um campo de atuação.

2 - Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Como comentei na resposta anterior, creio que seja uma grande oportunidade de coloca em diálogo artistas que, certamente, poderiam dialogar, mas, talvez, nunca encontrariam oportunidade de estar reunidos em um mesmo tempo e espaço. O Salão Novíssimos, nos últimos anos, vem atingindo uma amplitude geográfica maior, transformando-se em uma amostragem da produção jovem do país. Ainda considero a distância geográfica um problema evidente para quem não se encontra presente no eixo Rio/São Paulo, apesar dos meios de comunicação auxiliarem na diluição do limites territoriais. Porto Alegre possui um sistema artístico em plena formação, sintetizado no surgimento e consolidação de algumas instituições, que, no entanto, ainda permanecem olhando para o que é produzido fora do estado. Em determinado contexto, programas de incentivo a jovens artistas são bastante tímidos e, muitas vezes, inexistentes. Mas, felizmente, isto está mudando. Creio que o programa Novíssimos esteja exercendo um papel ímpar, na medida em que desmaterializa efetivamente as barreiras geográficas, colocando lado a lado produções artísticas emergentes, por meio de um processo seletivo idôneo e transparente, enfatizando qual deve ser o perfil do selecionado – um pesquisador. De fato, isso representa novas direções, credibilidade e incentivo para a trajetória dos jovens artistas selecionados.

3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Fiquei sabendo das inscrições pela internet, tanto pelo blog da galeria, quanto em canais especializados em arte como o Canal Contemporâneo e o Mapa das Artes. Venho acompanhando as atividades da Galeria Ibeu há alguns anos.

4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Acredito que a proposta da exposição adotada para o Novíssimos 2011 diverge da maioria dos salões. Percebe-se que, além de ser uma mostra panorâmica dos selecionados, foram realizados agrupamentos por questões de trabalho, evidenciando assuntos que, talvez, outra opção de montagem não estivesse disposta a privilegiar. Fui agrupado no núcleo “Tempo e Registro”, juntamente com os colegas Bianca Bernardo e Lin Lima. Pelo diálogo estabelecido, foi possível fornecer instrumentos para compreender os trabalhos em seu conjunto e isoladamente, além de proporcionar relações inusitadas, fazendo-nos repensar os trabalhos apresentados.


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Geralmente, o trabalho é iniciado pela formação de uma imagem mental e por anotações, desenhos esquemáticos e projetos de computação gráfica. Esta idéia de imagem é trabalhada exaustivamente até que se consolide fisicamente em algum trabalho. Pesquiso referências na história da arte que dialoguem com o que planejo. Interessa-me muito procurar referências em outros campos como na arquitetura, na literatura, na moda, na filosofia, etc. Logo em seguida, inicia-se o processo de consolidação da idéia em algo físico. Encontrando-se neste estágio, tudo pode mudar, algumas premissas são abandonadas e novos desdobramentos surgem. Meu tema de pesquisa concentra-se no intervalo, na suspensão. Atualmente, estou trabalhando sob a delimitação da idéia do nada, pensando imagens que não evidenciam uma temática específica, onde persiste a idéia de indivíduos fazendo ações nenhumas. Busco, atualmente, referências na literatura, em especial, nos textos de Samuel Beckett.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Helô Sanvoy (GO)

1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

Os salões são uma oportunidade para os jovens artistas mostrarem seus trabalhos, de receberem críticas e de verem como seus trabalhos dialogam com a produção contemporânea. Vejo que os salões ainda cumprem com esse papel de inserção ao meio artístico. Que de um modo em geral não é compartilhado pelos museus e galerias. Isso acaba estreitando as possibilidades de inserção desses artistas nos meios expositivos.



2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

Quando vou mandar uma proposta para um edital, sempre procuro olhar sua trajetória, quais os artistas que participaram, o local de exposição, a comissão de seleção, os aspectos que formam o salão em geral. Essa pesquisa básica me ajuda à escolher uma determinada proposta para determinado lugar. Moro em Goiânia, uma cidade que está fora do grande eixo de arte brasileira, mas que tem uma produção significativa. Expor no Novíssimos é uma oportunidade de estabelecer relações entre a produção de arte que está acontecendo em Goiânia com a do Rio de Janeiro.

3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Já conhecia o Novíssimos e a galeria Ibeu. Costumo ver notícias sobre exposições que acontecem na galeria.

4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Gostei muito da exposição e especialmente de alguns trabalhos, é um grande desafio juntar pesquisas tão distintas e encontrar pontos que relacionem uma proposta com outra. Gosto muito de trabalhos que discutem o espaço, o vazio, a ausência, seja através dos materiais ou de forma conceitual. Trabalhos como da Bianca Bernardo, Cristina Amiran, Daniela Seixas, Laila Terra e Ana Dantas, seja pela ausência, deslocamento, escrita... de alguma forma possuem elementos que dialogam com minha pesquisa.

5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Atualmente estou trabalhando com as possibilidades do texto como material estético, utilizado a linguagem do desenho. Meu trabalho parte da leitura de alguns materiais, e a partir dessas leituras o trabalho vai surgindo. Vejo-os, como uma transição desse período de leitura para o desenho, como uma relação dos fenômenos que acontecem nesse período. Uma espécie de estética da teoria.

Entrevistas NOVÍSSIMOS 2011 ____ Lin Lima (RJ)

Como parte das atividades Expo-Gráficas de NOVÍSSIMOS 2011, Ivair Reinaldim propõe aos selecionados uma pequena conversa-entrevista que objetiva ampliar as discussões quanto ao papel dos salões na formação e carreira do artista, como também apresentar um pouco mais de cada pesquisa desta edição de NOVÍSSIMOS.

Conheça agora um pouco do processo de Lin Lima (Niterói, RJ).


1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?

É preciso mostrar o trabalho de alguma forma, colocá-lo à prova, dar a "cara à tapa", e nesse sentido os salões ajudam, principalmente quando se está em começo de carreira. Se a proposta do salão agrada ao artista é interessante querer participar.


2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?

A meu ver durante algum tempo o salão perdeu credibilidade. Talvez por comodidade ou pelo desgaste que a idéia de salão passou a ter. Ou mesmo por qualquer outra razão que eu, ainda engatinhando em arte, não saiba explicar. Felizmente houve uma oxigenação na organização e curadoria e o interesse por parte dos artistas aumentou. Essa mudança atinge também os artistas, que por sua vez encaram com mais seriedade o projeto sugerido. É importante saber que agora fazemos parte da história do salão, aumentando a responsabilidade em relação aos próximos objetivos.


3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?

Já conhecia o salão e a galeria. Há uns quatro anos me inscrevi pela primeira vez e antes disso já ouvia falar do salão.


4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?

Meus trabalhos surgem, em sua grande maioria, da experiência in loco, raramente faço projetos ou planejamentos. "Luz contínua" é um dos exemplos mais claros disso. Eu estava ali, a coisa começou a acontecer...


5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?

Essa pergunta começou a ser respondida na anterior. Busco sempre uma simplicidade na execução que trago desde pequeno, nunca gostei de complicar e quanto mais simples melhor. Tempero isso com muita paciência e persistência, e o resultado às vezes parece intrincado, mas a execução é sempre muito simples. Trabalho bastante a questão do desenho, mas a fotografia tem sido um grande desafio. Antes de saber que me tornaria artista olhava para determinadas situações, fazia minhas conexões lógicas ou imaginativas e sempre queria mostrar a alguém, fazê-las participar daquilo de alguma forma. Ainda tento isso e a fotografia está sendo uma grande aliada. Acho que tá começando a funcionar. De resto é "deixe-me ir, preciso andar"...


Premiação NOVÍSSIMOS 2011



Conheça o trabalho de Bianca Bernardo e Daniela Seixas, artistas premiadas nesta edição de NOVÍSSIMOS!

Clipping Gente Boa - O Globo, 29 de julho



Registro da performance Silêncio, de Bianca Bernardo, durante a abertura de NOVÍSSIMOS 2011.

Clipping Canal Contemporâneo


Amanhã: NOVÍSSIMOS 2011!

Clipping NOVÍSISMOS Veja Rio


NOVÍSSIMOS 2011
Inauguração: 27 de julho

Mergulhos - Apresentação de Ivair Reinaldim



Confira na próxima quarta 27/7 a partir das 20h a proposta expo-gráfica de Ivair Reinaldim para o Salão NOVÍSSIMOS 2011.

Confirme sua presença em nosso evento no Facebook e acompanhe maiores atualizações em nosso perfil.

Convite NOVÍSSIMOS 2011

Release NOVÍSSIMOS 2011

O Salão de Artes Visuais Novíssimos 2011 chega a sua 41ª edição com o de objetivo de propor uma ampliação das relações entre as diversas propostas artísticas selecionadas. O crítico Ivair Reinaldim, que assina o texto desta exposição, propõe uma expografia organizada por núcleos temático, onde cada segmento apresenta trabalhos que tanto compartilham um mesmo universo (como performatividade, texto, tempo e paisagem) como também dialogam com os demais trabalhos dispostos na exposição. Nossa proposta é a de um salão onde as inquietações comuns aos artistas se apresentem não apenas reunidas em um espaço expositivo, mas, principalmente, em constante relação e contaminação umas com as outras. Dessa forma, a Galeria Ibeu aposta na possibilidade de um salto afetivo em direção a relevantes questões comuns à produção artística de nossos dias.

Novíssimos 2011 conta com a participação de 22 artistas que apresentarão trabalhos em desenho, pintura, colagem, objeto, vídeo, fotografia e performance. Os artistas selecionados são: Adrianna Eu (RJ), Aleteia Daneluz (RJ), Ana Dantas (RJ), AoLeo (RJ), Bianca Bernardo (RJ), Bruno Belo (RJ), Cristina Amiran (RJ), Daniela Seixas (RJ), Erika Romaniuk (RS), Fabiano Araruna (RJ), Felipe Braga (RJ), Helô Sanvoy (GO), Ivan Grilo (SP), Ivan Schulze (SC), Ismael Monticelli (RS), Laila Terra (SP), Leo Ayres (RJ), Lin Lima (RJ), Pedro Meyer (RJ), Ricardo Alves (SP), Rogério Silva (RJ), Virgílio Neto (DF).

O artista em destaque no Salão de Artes Visuais Novíssimos 2011 será contemplado com uma exposição individual na Galeria de Arte Ibeu em 2012. O nome do premiado será divulgado na noite de abertura.


Abertura: 27 de julho de 2011 (quarta-feira), às 20h
Exposição: 28 de julho > 2 de setembro de 2011
Horário de visitação: segunda a sexta-feira, das 13h às 19h
Endereço: Av. N. Sra. de Copacabana, 690 2º andar
Rio de Janeiro – RJ (21) 3816-9432

NOVÍSSIMOS 2011 - Resultado Final

NOVÍSSIMOS 2011 - Resultado final

Adrianna Eu (RJ) - Objeto
Aleteia Daneluz (RJ) – Performance Sonora
Ana Dantas (RJ) – Fotografia
AoLeo (RJ) – Fotografia
Bianca Bernardo (RJ) – Performance, Desenho, Vídeo
Bruno Belo (RJ) – Pintura
Cristina Amiran (RJ) – Vídeo
Daniela Seixas (RJ) – Fotografia, Vídeo, Flipbook
Erika Romaniuk (RS) – Objeto
Fabiano Araruna (RJ) – Manifesto
Felipe Braga (RJ) – Fotografia
Helô Sanvoy (GO) – Desenho
Ivan Grilo (SP) – Objeto
Ivan Schulze (SC) – Fotografia
Ismael Monticelli (RS) – Fotografia
Laila Terra (SP) – Serigrafia e carimbo
Leo Ayres (RJ) – Colagem
Lin Lima (RJ) – Fotografia
Pedro Meyer (RJ) – Pintura
Ricardo Alves (SP) – Pintura
Rogério Silva (RJ) – Desenho
Virgílio Neto (DF) – Desenho

22 selecionados:
DF - 01
GO - 01
RJ - 14
RS - 02
SC - 01
SP - 03

Comissão de Seleção: Cezar Antonio Elias, Fernanda Pequeno, Humberto Farias, Ivair Reinaldim, Toyoko Lepesqueur

2011 | Folder Escuta da Imagem


Folder Escuta da Imagem
Disponível para leitura e download pelo Google DocsLink